Abordagens Alternativas de Educação: Pedagogias que Vão Além dos Métodos Tradicionais

O termo educação alternativa é geralmente usado para descrever abordagens educacionais diferentes daquelas oferecidas nas escolas tradicionais (Riddle & Clever, 2017, Woods & Woods, 2009). Há vários modelos de pedagogias alternativas existentes tanto em escolas públicas como particulares.

Cada escola alternativa tem características distintas mas a maioria delas abrange alguns dos seguintes aspectos—oferecem opções para alunos, pais e professores; estão geralmente empenhados em responder melhor às necessidades educacionais da família do que a escola convencional; tem objetivos mais abrangentes; são mais flexíveis e receptivos a feedback; e geralmente são menores que as escolas tradicionais (Conley, 2002). Escolas alternativas também estão mais sintonizadas com as necessidades da criança, ao invés de seguir rigidamente a classificação etária (Falk et al, 2009), e consideram o relacionamento entre alunos, professores e família como essenciais no processo educativo (Rudge, 2010, 2016). As pedagogias mais comuns e amplamente difundidas são as escolas Waldorf, escolas Montessori, escolas democráticas/livres, escolas Reggio Emilia e escolas da floresta. Os programas do IB também oferecem um currículo diferenciado centrado na criança, especialmente para o ensino fundamental. A maioria dessas pedagogias alternativas estão em escolas particulares, porém na América do Norte, Europa e Australasia, alguns desses modelos de educação foram incorporados ao sistema público. Abaixo escrevo um breve resumo dos sistemas alternativos de educação mais populares adotados por escolas em todo o mundo. 

Educação Montessori:  Desenvolvido por Maria Montessori, esta abordagem educacional enfatiza a aprendizagem individualizada, atividades de vida prática e exploração autodirigida. As classes na escola Montessori são projetadas para promover a autonomia e independência, focando sempre no processo individual e nos marcos de desenvolvimento. Os alunos são incentivados a aprender em seu próprio ritmo em um ambiente seguro e acolhedor. http://omb.org.br/

Educação Waldorf: Inspiradas por Rudolf Steiner, as escolas Waldorf se concentram no desenvolvimento holístico da criança (corpo, mente, e espírito) através de um currículo abrangente e equilibrado que inclui tanto a parte acadêmica como também as artes plásticas, música, teatro, esportes, e trabalhos manuais. A pedagogia Waldorf segue as fases do desenvolvimento humano em setênios definidas por Steiner, começando a alfabetização entre 6-7 anos. Seu currículo estimula a expressão artística, a criatividade, a imaginação e a aprendizagem experimental. https://www.fewb.org.br/

Abordagem Reggio Emilia:Desenvolvido por Loris Malaguzzi e pelos pais da cidade de Reggio Emilia, essa pedagogia foca no desenvolvimento da criança, utilizando a arte como importante linguagem de expressão. As crianças são consideradas competentes, capazes e protagonistas da própria aprendizagem. São respeitadas em sua singularidade com direitos, opiniões, e ideias próprias. O papel do educador é facilitar e apoiar a sua jornada de aprendizagem. Esta pedagogia é amplamente implementada em escolas de primeira infância. https://www.reggiochildren.it/en/reggio-emilia-approach/ 

Escolas da Floresta:Um conceito desenvolvido na Escandinávia, as escolas da floresta primam a aprendizagem ao ar livre, normalmente em bosques e florestas. O programa se baseia no brincar, na exploração e em atividades lideradas pela criança. As escolas da floresta geralmente funcionam como programas extracurriculares, complementando a educação nas escolas. https://forestschoolassociation.org/what-is-forest-school/ 

Escolas Livres/Democráticas:Também conhecidas como as Escolas de Sudbury, essas escolas operam com base no princípio de autogoverno e liberdade individual. Elas priorizam os direitos e a autonomia dos alunos, permitindo que tenham um papel significativo nas decisões de sua educação e no cotidiano da escola. O aprendizado é autodirigido baseado nos interesses do aluno sem seguir um currículo definido. Seu objetivo é estimular a responsabilidade, a autodisciplina, a criatividade e a autenticidade no aprendizado. https://sudburyvalley.org/essays/what-it-takes-create-democratic-school 

Programas IB (International Baccalaureate):O programa IB é um programa reconhecido internacionalmente oferecido em várias escolas públicas e particulares em vários países. O objetivo principal do IB é desenvolver jovens com mente aberta, bem informados e capazes de pensar criticamente. Os programas do IB incluem quatro programas abrangendo a educação de jardim de infância até o último ano escolar. O currículo enfatiza a aprendizagem baseada em investigação e compreensão intercultural. https://www.ibo.org/programmes/ 

Programas Integrados:Muitas escolas misturam princípios, teorias e pedagogias de vários sistemas de educação. Os programas do IB são um exemplo desse conceito.

É importante ter em mente que essas pedagogias alternativas podem não ser adequadas para todos os alunos ou famílias. Cada abordagem pedagógica tem suas vantagens e contrariedades. É essencial considerar as necessidades de cada criança, assim como os objetivos e princípios educacionais dos pais ao explorar opções alternativas de educação. Além disso, as escolas podem alegar que oferecem uma certa abordagem educacional, mas na prática ela não é implementada adequadamente. Alguns sistemas de ensino, como a educação Waldorf e os programas do IB, possuem um processo rigoroso de avaliação para autorizar uma escola a oferecer seu currículo, enquanto outros não possuem tal exigência. De qualquer maneira, é sempre importante verificar se a escola é reconhecida pela organização educacional citada em sua plataforma. 

Referências:

Conley, B.E. (2002). Alternative schools: A reference handbook. Santa Barbara, CA: ABC-CLIO.

Falk, J. H., Heimlich, J. E., & Foutz, S. (2009). Free-choice learning and the environment. Lanham: Altamira

Kraftl, P. (2013). Geographies of alternative education: Diverse learning spaces for children and young

Riddle, S. & Cleaver, D. (2017). Working within and against the grain of policy in an alternative school. Discourse Studies in the Cultural Politics of Education, 38(4), 498-510.

Rudge, L. (2010). Holistic education: An analysis of its pedagogical application. Saarbrücken,Germany: Lambert Academic Publishing.

Rudge, L. (2016). Holistic pedagogy in public schools: A case study of three alternative schools. Other Education: The Journal of Educational Alternatives, 5(2), 169-195.

Vaughan, K. (2002). The politics of alternative education in New Zealand. Education Links, 65, 12-17.

Wasburn-Moses, L. (2011). An investigation of alternative schools in one state: implications for students with disabilities. Journal of Special Education, 44(4), 247-255.

Woods, P.A. & Woods, G.J. (Eds.). (2009). Alternative education for the 21st century: Philosophies, approaches, visions. New York, NY: Palgrave MacMillan.

Formação em coaching por Instituições acreditadas pela International Coaching Federation (ICF)

Sou Associate Certified Coach (ACC) pela International Coaching Federation. Tenho certificado em coaching pelo Goal Imagery Institute nos EUA e Advanced Diploma em coaching pelo Institute of Coaching Studies na Irlanda.

Em meu trabalho como coach, minha intenção é trabalhar em parceria com você, explorando as melhores opções educacionais para alcançar os objetivos de sua família.

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